sexta-feira, 26 de junho de 2009

Rebelião 87: A Paixão do Deus-Alce

Ao ar livre, a temperatura devia chegar a uns vinte graus negativos, mas dentro do vestíbulo estreito, cujo chão era atapetado por peles felpudas, a temperatura era tão elevada, que as pessoas suavam em profusão. Um grupo de mulheres jovens, vestindo apenas um avental tosco de lã amarelada, fazia uma triagem na fila de visitantes.

Todos ali eram mulheres, e aquelas que ali chegavam traziam nos olhos embaçados sinais de um entorpecimento extremo. Elas gritavam, choravam e gargalhavam, e algumas delas jogavam suas roupas no chão, sem o menor pudor. Uma mulher pequena, de pele bronzeada e olhos miúdos esverdeados, com ar de intelectual, trajando um tailleur de griffe e óculos de aro fino, interpelava uma das zeladoras do recinto. Gritando agressivamente em francês (com um leve sotaque valão), ela tentava atravessar a barreira formada por quatro jovens altas de cabelos cor de palha, que impediam a passagem do mulherio irrequieto.

— Eu quero vê-lo agora! — gritava a executiva belga, no que foi interrompida por uma moça voluptuosa de feições africanas e vasta cabeleira tingida de louro. Gritou que chegara primeiro, e que a ordem tinha que ser seguida. A discussão espalhou-se pelo cômodo como uma faísca, provocando empurrões, xingamentos e tentativas de agressão entre as presentes. A mais alta das vigias, que tinha uma tatuagem azulada em forma de dragão no ombro nu, vestia um manto lanoso que deixava à mostra o mamilo esquerdo, e brandia uma espécie de bastão entalhado de forma acintosamente fálica, com relevos em forma de chifres de cervo. Acertou um tapa tão violento na mulher impaciente, que esta caiu sentada por cima de um japonesa gordinha que estava sentada num cavalete de madeira.

— O Deus-Alce se aproxima. Ele ama a todas, e com todas estará! — gritou Juditta Pernatson, uma ex-freira, que agora dedicava toda sua vida a um novo Senhor e Deus.

O anúncio só serviu para aumentar frisson lascivo do local. Quando o corpo musculoso do homem atravessou o túnel baixo escavado na pedra, algumas garotas já começaram a arrancar as próprias roupas, gargalhando.

A japonesa caída no chão tentou passar a mão nas coxas do homem, mas foi reprimida por um pontapé de uma das sacerdotisas do Deus-Alce. Karin Svartkvist, ex-diretora de uma empresa automobilística, com a autoridade de que se sentia imbuída, afastou as seguidoras com o brandir de seu bastão, traçando um círculo imaginário no chão. Trazia uma tiara em forma de galhada de cervo nos cabelos loiros, e lançou um olhar sensual na direção do homem nu.

O Deus-Alce era um homem de quase dois metros de altura, com a musculatura potente de um atleta, cujos cabelos e barbas eram de um tom marrom-avermelhado, com alguns reflexos dourados. Estava sem roupa e excitado, e a visão de sua nudez fez despertar uma força sobre-humana em algumas das fêmeas, que saltaram por cima uma das outras, atropelando as “sacerdotisas”, e e agarrando-se no corpo peludo do Deus-Alce.

Ele não pareceu se incomodar com o assédio feminino, e puxou a empresária belga — agora com a roupa já em frangalhos — para si, esfregando suas coxas nuas dando-lhe uma lambida úmida no pescoço. Outra mulher, um francesa de meia-idade, saltou nos ombros do homem-fera, cravando-lhe o peito peludo com as unhas postiças. Ele não emitiu som algum, e arrastou mais duas moças para junto de si, conduzindo-as para a câmara subterrânea de onde saíra. Entre beijos e carícias mais profundas, seus olhos alaranjados brilharam a medida que conduzia seu cortejo dionisíaco pelas sombras. Em sua testa, era visível um par de cornos protuberantes, como os de alce macho.

Enquanto isso, aquelas que foram deixadas para trás reclamavam com as clérigas do Deus-Alce, com algumas tão desesperadas que chegavam a um estágio convulsivo quase epiléptico. Karin e Juditta conseguiram conter o restante da turba, e de lá era possível ouvir os gritos orgásmicos das amantes do Deus-Alce abafados pelas paredes rochosas. À medida que a orgia prosseguia naquele covil sombrio, os gritos de prazer do Deus-Alce começaram a ecoar como um trovão rouco, com uma melodia animalesca que fez algumas das presentes desmaiarem. Bastante tempo depois — quando muitas já esperavam adormecidas, o ritual repetiu-se, com o deus chifrudo retornando para arrebatar mais um grupo de fêmeas em êxtase. Enquanto arrancava as roupas de uma loura de seios fartos — a filha rebelde de um nobre austríaco —, o Deus-Alce virou-se para a “sala de espera”, percebendo que restava ainda uma seguidora sentada, uma garota de uns dezessete anos no máximo. Vestia um casaco volumoso de várias camadas, e sua pele morena e olhos rasgados indicavam uma origem nos distantes Mares do Sul.

Ele estendeu seu braço forte na direção da moça — uma havaiana de nome Kelia —, fitando-a com suas pupilas flamejantes. As mãos calejadas, com unhas grandes e irregulares, agarram-na pela mão delicada, mas ele não conseguiu movê-la. Enquanto isso, suas outras “amantes”, impacientes, suplicavam por sexo, esfregando-se em seu corpo nu.

“Seu poder de atração não funciona em mim, Juda Eriksen”, era a mensagem telepática que parecia emanar da mulher impassível. O conteúdo da mensagem, provocou uma certa perturbação na criatura, que largou suas amantes no chão para concentrar-se no novo alvo irresistível.

Puxou-a com violência, arrancando o corpo da imobilidade teimosa com um safanão brusco. Quando tentou rasgar suas roupas, ela desapareceu no ar, desfazendo-se num redemoinho de poeira. “Sou uma Primal como você, Juda”, ela reapareceu uns metros adiante, para surpresa das sacerdotisas que não entendiam o que estava acontecendo. As mulheres rejeitadas pelo Deus tentaram agarrá-lo mais uma vez, mas este provocou nelas um sono profundo, derrubando-as inconscientes.

— Quem é você, “irmã”? — perguntou ele, num tom de voz surpreendentemente humano para um deus-animal.

— Kelia Luanalu, eu militei no Bando do Musaranho Venenoso — respondeu a havaiana, cujos olhos agora brilhavam com faíscas esverdeadas.

Ele olhou para suas sacerdotisas, por instante. Com um gesto de suas mãos, colocou-as em transe hipnótico, para que se esquecessem da cena.

— Eu fiz parte deste Bando, há muitas décadas atrás — disse ele, confirmando os detalhes da identificação.

— Mas abandonou seus irmãos...

— A solidão do nômade é uma etapa mais que necessária na preparação para a Caçada do Fim dos Tempos.

— Não estou condenando-o. Vim apenas cobrar uma colaboração com seus antigos companheiros.

— Deixem-me em paz.

— Misturando-se à carne podre das filhas de Eva? Passando-se por uma divindade fraudulenta? Isto é “paz”?

— Satisfaço meus desejos carnais, e ainda me divirto com a credulidade patética destas humanas sifilíticas. Mostro a elas o chamado orgiástico da Natureza, e as faço renegar suas crenças, abandonar seus bens terrenos e recusar as dádivas fúteis de sua civilização parasita.

— Os primeiros de nossa espécie estão retornando do exílio. Precisamos reunir os melhores — Kelia terminou sua frase com um tom de súplica.

— Mentira. Eles ainda estão longe, não voltaram ainda. Convença-me do contrário!

Kelia baixou os olhos, num claro sinal de desconsolo.

— Não posso obrigá-lo a concordar comigo. Só gostaria que considerasse a possibilidade de nos ajudar num futuro próximo.

Ela ajeitou as dobras do casaco, preparando-se para a longa jornada de volta. Enfrentar os rigores do inferno escandinavo, no entanto, era a menor de suas aflições.

Antes que ela fosse embora, ele pousou a mão quente no rosto da Nefilim, num gesto amistoso.

— Não posso deixar de oferecer minha hospitalidade. Você veio de muito longe, e deve estar exausta. Não recuse minha hospitalidade. Aqui tem comida, cama e...

— E... o quê mais? — Kelia esboçou um sorriso tímido.

Juda Eriksen retribuiu o sorriso.

— Ah. E sexo! — terminou a frase com um beijo na “amiga”.

O Deus-Alce fez com que as mulheres adormecidas recobrassem seus sentidos. Kelia não quis responder a “oferta”.

— Você não é obrigada... — disse ele numa tentativa desajeitada de parecer cordial. — Você será alimentada e terá seu repouso garantido e ...

— Tudo bem... eu aceito sua proposta — disse ela, pra surpresa do Nefilim, aplicando-lhe um beijo demorado nos lábios grossos. — Mas que fique bem claro que estou agindo por espontânea vontade. Nem ouse em tentar algum tipo de sugestão hipnótica ou sedução sobrenatural!

Ele tomou-a nos braços e adentrou no túnel, sob o olhar invejoso das mulheres caídas ao seu redor, ainda tontas com o despertar da hipnose.

— Não me olhem assim, todas vocês são especiais.

Ele soltou um bramido, para reforçar sua aura “bestial”, e desapareceu nas sombras com a havaiana. Ele sabia que estava mentindo. Nenhuma humana, filha degenerada dos macacos de barro, era tão especial quanto uma Nefilim como Kelia.
Ela, sim, era genuinamente especial.
A PAIXÃO DO DEUS-ALCE foi escrito por Simões Lopes

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Rebelião 86: O Despertar do Rei


Eu podia sentir meu corpo sendo coberto pela terra fria e úmida. Meus sentidos, ao mesmo tempo, embotados e expandidos, traziam-me apenas o cheiro acre das ervas aromáticas e do incenso abrasador. Curvas de luz colorida serpenteavam num céu amarelo com raios púrpura e nuvens azul-marinho. Em um piscar de olhos, o céu transmuta-se num vermelho-sangue intenso, e sinto o gosto doce do mel fermentado em minha língua. Um cântico suave ecoa nas profundezas de meu cérebro — estarei sonhando?

Senti muito frio, antes de sentir um calor intenso que parecia cozinhar minha pele ressecada. Mergulhei nas trevas profundas, para ser desperto por uma explosão de luz que reverberou por cada poro de meu corpo. Vi as águas serem divididas, acima e abaixo de meu corpo esquálido e transparente. Ainda estou adormecido. Vi o sol, a lua e os planetas girando ao meu redor, e vi a terra seca cobrindo-se de vegetação. Nadei com os peixes prateados, ao mesmo tempo que voa num céu escuro com uma revoada de grandes pássaros vermelhos.

Fiz uma pausa para tomar fôlego.

Inspirei profundamente, e me percebi montado no dorso de um grande touro de chifres dourados, correndo por uma planície infinita com sua manada de bestas magníficas. Lançado no chão duro, perdi-me numa floresta silenciosa, e chorei copiosamente. Meu choro foi consolado por uma mulher nua, que beijou-me na face e ofereceu-me um verde figo suculento.

Mordo o fruto.

Uma vez.

Muitas vezes.

Quero devorá-lo por inteiro, mas paro horrorizado, vendo os vermes sanguíneos que brotam de sua cerne podre. Minha companheira grita e é tomada pelos vermes que assumem a forma de uma serpente de escamas escarlates.

A Natureza parece berrar, desaprovando nosso pecado. Vejo a floresta murchar e ser reduzida a um deserto de areias brancas. Nós choramos e cambaleamos pelo solo rachado e seco, os pés queimados pela areia fumegante, feridos por espinhos afiados.

Minhas lágrimas escorrem, meus dentes rangem de dor. Vejo a serpente crescer como um dragão que parece querer engolir o mundo. Vejo monstros de metal marchando à minha volta, o chão tremendo com aquelas passadas titânicas. Um rio de óleo negro irrompe do chão apodrecido, engolfando-me numa névoa de odor fétido e causticante.

Uma tempestade elétrica atravessa a atmosfera com o cheiro sulfuroso dos demônios triunfantes. Vejo minha amada ser carbonizada por uma descarga fulminante. O dragão sibila em sua lúbrica felicidade, as escamas rútilas brilhando em meio à escuridão que reina absoluta.

Eu sinto saudade do Paraíso.

Satanás captura-me entre suas garras.

Eu não choro.

Eu rezo.

Mais uma vez, uma explosão luminosa afasta as sombras.

Eu sinto a Vida renascer.

* * *

Meu corpo está formigando.

Não consigo, ver, nem ouvir nada. Sinto em meu rosto uma máscara rígida, e meus pulmões parecem sufocar. Meus braços e pernas estão atados. Quero gritar, mas não consigo.

* * *

Sinto um ardor correndo-me a face, e sinto a máscara de cera partir-se ao meio, libertando-me. Percebo um sacerdote trajando uma vestimenta de folhas munido de uma foice de prata, sorrindo para mim. À minha direita, outro sacerdote, coberto de peles animais, com uma crista de penas, solta as amarras de meu pulso direito com um machado de ferro. À minha esquerda, um homem alto, coberto dos pés à cabeça com uma túnica branca reluzente, parte as amarras do outro lado com um punhal de ouro. Ergo-me, e sozinho, arranco as fibras que prendem meus tornozelos feridos.

— Que a Luz mais uma vez guie teus passos, Gideon Ben-Leona Acebal, Rei do Jardim da Chama Celeste de Javé.

Ainda sinto náuseas, mas meu cérebro começa a funcionar no ritmo normal.

Sei onde estou.

Sei quem sou.

Sei o que faço.

“E plantou Javé um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado”, entoaram os sacerdotes em coro.

Estou pensando nela. Apenas nela.

— Onde está a Rainha? — senti minha voz tão forte que os clérigos estremeceram com o meu grito.

— Estou aqui, meu amor — reconheci a voz dela.

Seu pescoço estava ornado com uma grinalda de rosas tão vermelhas como seus cabelos cacheados. Ursula bath-Tamar Cordero, a Rainha do Jardim. Ela, assim como ele, tinha os cabelos ungidos com azeite bento.

Nós nos beijamos por um longo tempo, até ser interrompidos por um homem baixo de barba preta e áspera.

— As viajantes noditas já chegaram, ó Rei — aquele era Yordan ben-Leona, meu irmão. Ele nos guiou até o pomar de tangerinas, onde duas mulheres morenas nos aguardavam.

Aquele era o Jardim da Chama Celeste de Javé, uma comunidade agrícola situada numa escarpa montanhosa no Marrocos, onde todos levavam uma vida simples, baseada na agricultura, na criação de animais e na abolição de qualquer “modernidade” pecaminosa. Carpinteiros e ferreiros eram os únicos profissionais permitidos, pois assim ditava a regra dos Adâmicos. Em cada Jardim — aquele não era o único —, um casal era escolhido para se tornarem o Rei e a Rainha do povoado, e imbuídos do poder divino e alimentados por refeições sagradas que os tornavam incrivelmente vigorosos. Gideon era capaz de segurar um touro com as próprias mãos, e Ursula, não menos poderosa, era mais rápida que uma gazela. Todos os Adâmicos gozavam de uma saúde perfeita, e eram consideravelmente mais fortes que os humanos normais, ou como eles os chamavam pejorativamente, os “amigos da Serpente”.

As viajantes, que trajavam uma túnica rústica de lã, amarrada com cadarços de couro, se chamavam Eva bath-Águila Caballero e Tabatha bath-Sara Ovieja. As argolas de bronze nos pulsos e orelhas eram um adereço típico de sua função. As Noditas tinham a missão de viajar para além dos limites dos Jardins e estudar o mundo exterior, narrando o que presenciavam. Tiravam seu nome de Nod, a terra onde Caim se exilou.

— O Jardim da Alma Pura foi atacado — explicou Tabatha, com a voz trêmula. — Só dois sobreviveram.

—É a quinta comunidade a ser dizimada em dois meses! — gritou minha amada Ursula, com os olhos castanhos brilhando de fúria. — Ficaremos parados?

A origem dos Adâmicos era atribuída a judeus espanhóis expulsos da Península Ibérica no século XV, que se estabeleceram no norte da África, onde começaram a fundar comunidades agropastoris que abominavam qualquer um dos vícios da civilização urbana. Cultuavam os anjos Miguel, Gabriel e Haniel, e através do seu êxtase religioso, dotavam seus corpos de dons prodigiosos, que eram mais acentuados nos Reis e Rainhas, que eram tão poderosos, que precisavam passar uma espécie de hibernação a cada treze lunações, o que eles chamavam de a “Morte em Vida”. A língua de culto era uma forma modificada do judeu-ladino ibérico, e as principais famílias ainda traziam seus nomes de origem castelhana.

— Yoseph ben-Blanca Delmar era o Rei do Jardim da Alma Pura. Ele não conseguiu deter os ataques?

— Não, Rei Gideon, mas ele é um dos sobreviventes. Está cego e teve a perna esquerda amputada.

— Isso não é um problema, com leite e mel, ele rapidamente regenerará as mutilações — disse Ursula, com um certo desdém.

— A alimentação não está fazendo efeito, Rainha... — Eva retrucou com uma certa timidez.

— O quê?! — Ursula estava furiosa. — Que tipo de inimigo estamos enfrentando?

As noditas silenciaram. Estava claro que ninguém sabia o que estava atacando os Adâmicos. Deixei que elas se retirassem para seus aposentos, não havia nada mais a ser dito. Os casais reais dos Adâmicos não podiam deixar suas comunidades, e estavam obrigados a permanecer nelas e defendê-las. Isso nos tornava vulneráveis, já que não podíamos reunir vários de nós para ajudar os outros Jardins. É verdades que os aldeões adâmicos não estavam inteiramente indefesos, já que gozavam de uma saúde realmente sobre-humana. Mas mesmo este poderio incrível não foi capaz de protegê-los dos inimigos. O Jardim da Fidelidade, na Sicília, o Jardim do Fruto Bendito, na Espanha, e os Jardins da Glória de Adonai e da Nuvem dos Santos Anjos, no mesmo Marrocos, tinham sido invadidos por algum inimigo sobrenatural de absurdo poder. Corpos esmagados ou mutilados, casas demolidas, plantações incineradas ou congeladas, o que quer fosse o invasor, demonstrava um arsenal incrivelmente letal, mas não deixava nenhum vestígio. Os poucos sobreviventes não eram capazes de dar uma descrição exata do que acontecera.

Eu podia sentir por trás daquelas atrocidades a presença infernal da Serpente e seus consortes corruptos. Ursula com certeza pensava o mesmo que eu.

Este é o Jardim a que devemos proteger. É nossa missão. É nossa Vida.

O Demônio está próximo, nos espreitando com seu olhar oblíquo, contaminando o ar com seu hálito podre.

Ursula lança um olhar triste para mim. Eu a beijo com toda minha paixão imorredoura. A aflição dela é a minha. Nós, que somos os protetores do Paraíso, estamos nos sentindo desprotegidos.

Não sabemos o que fazer.

Que Haniel, Mikhael e Gabriel nos protejam.

O DESPERTAR DO REI foi escrito por Simões Lopes

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